Vivemos em uma sociedade comprovadamente desigual e opressora

Em uma sociedade com altas taxas de feminicídio, uma mulher viver com medo de andar na rua não é necessariamente uma paranoia, pois esse medo é reflexo dos dados de realidade. Em uma sociedade na qual negros são assassinados a cada 23 minutos, é normal ter medo, pois esse medo mostra que ainda temos olhos sensíveis para enxergar o que acontece ao redor. Em uma sociedade que condena as

populações LGBTI à exclusão, é normal se sentir excluído, inferiorizado e silenciado.

Compreendemos a loucura como desvinculada da realidade, mas loucura mesmo é a realidade em si. Em algumas situações, não há como deixar de sentir, e essa tentativa de dizer àqueles que lutam contra diversas desigualdades que são portadores de algum tipo de transtorno psicológico é além de uma negação da realidade, uma

invalidação de sentimentos. Vivemos em uma sociedade comprovadamente desigual e opressora, qualquer tentativa de negar isso é fechar os olhos e manter essa realidade.